Amauri Queiroz

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Depoimento de Jean Pierre Leroy, ambientalista e educador da FASE, sobre a luta do MST

"Eu apoio o MST porque ele tem um projeto para o território brasileiro, que será muito importante para nosso futuro. A agricultura como existe hoje tem a tendência a limpar a paisagem. Não tem mais nascentes, frutas, beira de rio, florestas... as plantações são homogêneas. E cadê a água para o futuro?
O MST tem um projeto de construção de um território que respeita a natureza, que inclui uma diversidade de alimentos, diversidade de plantas e matas. Isso vai ser indispensável para o nosso futuro com as mudanças climáticas que nos esperam.
Quem viaja pelo país, vê um país deserto. Se fala em desertificação, mas é um deserto de gente também, que se concentra na cidade. Você não encontra mais distritos, pequenos povoados com a sua vida no interior...
O MST faz com que o interior do Brasil volte a ser humano, tenha gente, gente que come bem, gente que é feliz. É muito importante também pensar que, além das metrópoles, das grandes cidade e das concentrações urbanas, que o Brasil deve ser ocupado e ter gente. O MST reequilibra o território brasileiro, faz com que o interior tenha vida. Isso é fundamental.
Apoio o MST também porque ele nos diz que o futuro não pode ser o que estamos vivendo. Ele nos diz que o futuro tem que ser um futuro onde todo mundo tenha seu lugar, onde tenha mais igualdade. É uma luta permanente pela igualdade. O MST não se preocupa só com eles não, com os sem-terra, mas com todos os pobres deste país, com todos os excluídos.
Apoio também, olha o exemplo, o Haiti... o Haiti é uma catástrofe. Mas vocês estão pensando para além da catástrofe, na reconstrução do interior do Haiti. No Haiti voltar a produzir alimentos para a sua gente, no Haiti voltar a ter um território, que foi devastado pela natureza, mas onde possam viver de novo. Apoio também o MST por sua ação internacional nesse sentido.

Irmã Dorothy Stang 1931 - 2005
Mártir da Luta pela Terra

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