Amauri Queiroz

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Mestre Delegado, 90 Anos - Presidente de Honra da Mangueira

O Ministério da Saúde Adverte:
Sambar faz Bem à Saúde


quarta-feira, 27 de julho de 2011

Antonieta de Barros - 110 Anos de Pioneirismo

Professora, jornalista e escritora atuante, teve que romper muitas barreiras para conquistar espaços que, em seu tempo, eram inusitados para as mulheres – e mais ainda para uma mulher negra. Nascida em 11 de julho de 1901, Antonieta de Barros foi a primeira mulher a integrar a Assembléia Legislativa de Santa Catarina. Seu pai morreu quando ainda era muito jovem e sua mãe, uma lavadeira que não sabia ler e escrever, transformou sua casa em uma pensão de estudantes para reforçar o orçamento. Foi com os eles que Antonieta de Barros se alfabetizou. Deu início às atividades como jornalista na década de 1920, criando e dirigindo em Florianópolis/SC, onde nasceu, o jornal A Semana, mantido até 1927. Na mesma década, dirigiu o periódico Vida Ilhoa, na mesma cidade. Essa produção foi reunida em 1937 em livro, com o título "Farrapos de Idéias" onde ela resume toda a sua visão de mundo, assinando como Maria da Ilha. Como educadora, fundou o Curso Antonieta de Barros, que dirigiu até a sua morte, em 1952, além de ter lecionado em outros três colégios. "Toda ação precisa de um instrumento. O instrumento básico da vida é a instrução. Se educar é aprender a viver, é aprender a pensar. E nessa vida, não se enganem, só vive plenamente, o ser que pensa. Os outros se movem, tão somente", ressaltou Antonieta de Barros. Manteve intercâmbio com a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino e, na primeira eleição em que as mulheres brasileiras puderam votar e receberem votos, filiou-se ao Partido Liberal Catarinense, que a elegeu deputada estadual. Eleita em 1934 pelo Partido Liberal Catarinense, foi constituinte em 1935. Atuou na assembléia legislativa catarinense até 1937, quando teve início a ditadura do Estado Novo. Com o fim do regime ditatorial, ela se candidatou pelo Partido Social Democrático e foi eleita novamente em 1947, desta vez como suplente. Antonieta de Barros notabilizou-se por ter sido a primeira deputada estadual negra do país e primeira deputada mulher do estado de Santa Catarina.
Fontes: SEPPIR; TVBrasil

Cruz e Souza o Poeta do Simbolismo Brasileiro

Os Correios anunciam que vão lançar em novembro de 2011 um selo com imagem da figura de Cruz e Sousa (1861-1898), o grande poeta catarinense. É em comemoracão dos 150 anos de nascimento do fundador do nosso simbolismo, considerado o maior poeta negro da língua portuguesa.

João da Cruz e Sousa nasceu em Desterro, atual Florianópolis. Filho de escravos alforriados pelo Marechal Guilherme Xavier de Sousa, seria acolhido pelo Marechal e sua esposa como o filho que não tinham. Foi educado na melhor escola secundária da região, mas com a morte dos protetores foi obrigado a largar os estudos e trabalhar.
Sofre uma série de perseguições raciais, culminando com a proibição de assumir o cargo de promotor público em Laguna, por ser negro. Em 1890 vai para o Rio de Janeiro, onde entra em contato com a poesia simbolista francesa e seus admiradores cariocas. Colabora em alguns jornais e, mesmo já bastante conhecido após a publicação de Missal e Broquéis (1893), só consegue arrumar um emprego miserável na Estrada de Ferro Central do Brasil.
Casa-se com Gavita, também negra, com quem tem quatro filhos, dois dos quais vêm a falecer. Sua mulher enlouquece e passa vários períodos em hospitais psiquiátricos. O poeta contrai tuberculose e vai para a cidade mineira de Sítio se tratar. Morre aos 36 anos de idade, vítima da tuberculose, da pobreza e, principalmente, do racismo e da incompreensão.
(Ras Adauto/Berlim)

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Poema de sete faces

Quando nasci, um anjo torto


desses que vivem na sombra


disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

As casas espiam os homens


que correm atrás de mulheres.


A tarde talvez fosse azul,


não houvesse tantos desejos.


O bonde passa cheio de pernas:


pernas brancas pretas amarelas.


Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.


Porém meus olhos


não perguntam nada.


O homem atrás do bigode


é sério, simples e forte.


Quase não conversa.


Tem poucos , raros amigos


o homem atrás dos óculos e do bigode.


Meu Deus, por que me abandonaste


se sabias que eu não era Deus


se sabias que eu era fraco.


Mundo mundo vasto mundo


se eu me chamasse Raimundo,


seria uma rima, não seria uma solução.


Mundo mundo vasto mundo,


mais vasto é meu coração.


Eu não devia te dizer


mas essa lua


mas esse conhaque


botam a gente comovido como o diabo.


Carlos Drummond de Andrade

terça-feira, 19 de julho de 2011

Uma Grande Esperança na Luta Contra a AIDS

O Centro Internacional de Investigação Clínica da Universidade de Washington realizou uma importante pesquisa com as drogas antirretrovirais Viread (tenofovir) e Truvada (tenefovir com emtricitabina), que apontaram para uma redução de até 73% o risco de infecção pelo vírus HIV com a ingestão de apenas um comprimdo diariamente. O estudo envolveu cerca de 5.000 casais sorodiscordantes (quando somente um dos parceiros está infectado pelo vírus) e realizado no continente africano, especificamente em Uganda, Quênia e Botsuana. Os cônjuges não infectados pelo HIV receberam um antirretroviral ou placebo (drágea sem efeito). No grupo que tomou tenofovir ocorreram 62% menos infecções. Entre os casais que receberam Truvada este índice alcançou 73%, quando comparados ao grupo que tomou placebo.
O Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos acompanhou cerca de 1.200 pessoas em Botsuana. Eles tomaram diariamente um comprimido de Truvada ou um placebo. Entre os participantes que seguiram a recomendação, foram registrados 63% menos contágios em relação ao grupo placebo.
A luta contra o HIV prevê também estudos que impactam na prevenção da transmissão heterossexual - afirmou Margaret Chan, diretora-geral da Organização Mundial de Saúde.
Considerada como um desafio para a humanidade, a AIDS já matou mais de 25 milhões de seres humanos em todo o mundo. Somente no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, são 600.00 mil casos notificados. Onde 65,1% são homens, sendo que nos últimos 30 anos, 230.000 brasileiros morreram em decorrência da doença.
O Programa das Nações Unidas sobre Aids/HIV e a Organização Mundial de Saúde, afirmam que o resultado dessas pesquisas terá um grande impacto na prevenção do contágio pelo HIV. Os dados apontam para a possibilidade de redução da pandemia que se intensificou nos últimos 30 anos. As drogas Viread e Truvada estão disponíveis em versões genéricas e custam menos de R$ 0,40, cada. O benefício foi tão evidente que, por questões éticas, os pesquisadores suspenderam o uso de placebo e passaram a oferecer a todos os casais participantes os comprimidos antitrretrovirais.
Os resultados das pesquisas na África somam-se à evidência crescente de que os antirretrovirais, medicamentos receitados desde meados dos anos 90 para tratar pessoas já doentes, também podem ser um ótimo recurso para reduzir ou mesmo interromper a disseminação da Aids. Até recentemente, a prevenção da infecção por HIV era focada na mudança de comportamento, no incentivo ao uso de preservativos, na redução do número de parceiros sexuais e na abstinência sexual. No último ano, porém, o tratamento com drogas como Truvada mostrou que houve uma redução nas taxas de infecção em homens homossexuais, e o uso de um gel vaginal diminuiu a índice de contágio em mulheres heterossexuais. Além disso, uma vacina contra a AIDS foi parcialmente eficaz num ensaio aplicado na Tailândia.
A pesquisa médica não produz gratuidades. Mesmo assim, parece que os EUA  resolveram mesmo que indiretamente  reparar o monstruoso holocausto que promoveram com os africanos escravizados, verdadeiros responsáveis  pela construção da nação estadunidense. O trabalho forçado e gratuito por mais de 300 anos construiu grandes impérios econômicos que agora, mesmo que de maneira difusa, promovem algum alento naquele continente outrora glorioso e que agora, pós-colonização, é triste depositário de todos os flagelos da humanidade. 

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Onde Foram Parar as Indignadas Passeatas com Todos de Branco na Orla da Zona Sul do Rio de Janeiro????


A chefe de Polícia Civil do Rio, Martha Rocha, confirmou na quarta-feira 06/07 a morte do menino Juan, de 11 anos. Ele estava desaparecido desde 20 de junho, após uma operação do 20º BPM (Mesquita), na Favela Danon, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Em entrevista coletiva, Martha Rocha informou que o corpo encontrado na semana passada que havia sido identificado como de uma menina, era, na verdade, o de Juan. A confirmação veio através de dois exames de DNA.
É inadimissível que fatos hediondos como esse ainda aconteçam no Brasil. O nível de barbárie, frieza e fúria dos assassinos do menino Juan assusta a sociedade que permanece refém desses que vivem do ódio e sem amor no coração. Na era do 'trem bala', estamos perdendo o bonde da vida pelas balas da impunidade com a incrível velocidade do esquecimento.
Seria muito digno e humano se fosse realizada uma passeata na orla da Zona Sul do Rio de Janeiro, manifestando indignação com a brutalidade  do assassinato de um menino negro, pobre e morador da Baixada Fluminense.