Amauri Queiroz

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Essas Maravilhosas Feministas Brasileiras e os Vagalumes de Braudel


Fernand Braudel disse há cinco décadas que certos acontecimentos históricos eram como os vagalumes. Brilham mas não iluminam o caminho. Obviamente sem o brilhantismo acadêmico do grande pensador e farol de inúmeras gerações, faço uma comparação com o momento político brasileiro atual. O Brasil saiu recentemente de seu modelo agrário para a industrialização. A mudança transformou o perfil de nossa sociedade de maneira significativa. Os meios de comunicação de massa, rádio, TV, Internet, telefonia móvel, o planeta ruma célere para um desenvolvimento tecnológico nunca visto. As assimetrias sociais e raciais que afligem a sociedade contemporânea oscilam de maneira sazonal entre os povos. Massacre nos Bálcãs contra fim do Apartheid na África do Sul. Permanência do domínio colonial inglês nas Ilhas Malvinas contra a ascensão de um presidente negro nos EUA e um índio na Bolívia. As assimetrias se sucedem e os acontecimentos se tronam banais. Meros vagalumes de Braudel. No Brasil acontece uma coisa verdadeiramente excitante que é a possibilidade da continuidade do Governo Lula. O país passará por momentos eletrizantes nos próximos meses. De um lado uma candidatura com perfil conservador e de outro uma mulher guerreira e ex-guerrilheira, forjada nas lutas contra a repressão da ditadura militar nos anos de chumbo. A batalha será duríssima. Não se enganem os inocentes de plantão com o já ganhou, geralmente alardeado pelos hiper-otimistas que vivem no mundo de Polyana. Historicamente as mulheres sempre foram discriminadas em nossa sociedade. O processo político brasileiro nunca permitiu que uma mulher se elegesse presidente da república. O voto e a candidatura feminina eram possíveis, mas não considerados na Constituição de 1891. O artigo 171 da referida carta-magna rezava que cidadãos poderiam votar e ser votados. Segundo a interpretação machista da época, mulheres não eram “cidadãos”, além de considerarem a candidatura feminina uma enorme desonra para as mulheres. Podemos dizer até que houve uma regressão jurídica, pois, houve em um primeiro momento em que a Constituição de 1889, em sua primeira versão, admitia o voto feminino. Mas o artigo foi nas edições posteriores. Fatos históricos como esses, seriam relegados à mera condição de “vagalumes de Braudel” se não fosse a luta de mulheres excepcionais como Nísia Floresta, Berta Lutz, Celina Guimarães Viana, Maria Moura e Carlota de Queiroz. Nísia Floresta, considerada a fundadora do feminismo no Brasil, sempre desde sempre, foi árdua defensora do voto feminino e pelo trabalho para mulheres sem autorização do marido. Betha Lutz criou em 1919 a Liga da Emancipação feminina, que no movimentado ano de 1922 (criação do PCB, Coluna Prestes, Movimento Tenentista, Semana de Arte Moderna) se transformou na Federação Brasileira para o Progresso Feminino Minas Gerais e Rio Grande do Norte, foram os primeiros estados do país a legalizarem o voto feminino. Celina Guimarães Viana foi a primeira eleitora registrada no Brasil, no ano de 1927, baseada em um artigo da lei eleitoral potiguar. Mas foi a feminista e advogada mineira Mietta Santiago que iniciou a verdadeira revolução pelo voto feminino, em 1928, ao perceber que a proibição ao voto das mulheres ia de encontro à Constituição Federal de 1981, exatamente em seu artigo 70. Mietta se candidatou à Cãmara Federal e votou em si mesma, quebrando um tabú político que muitos imaginavam impossível. Em 1934, a médica paulista Carlota de Queiroz é eleita a primeira deputada Federal do Brasil para a Constituinte do mesmo ano. Carlota de Queiroz foi fundadora da Academia Brasileira de Mulheres Médicas. Seu mandato foi em defesa das mulheres e das crianças. Carlota manteve uma ativa atividade parlamentar até 1937, quando seu mandato foi interrompido com o golpe de estado prepetrado por Getúlio Vargas. Carlota proferia dircursos emocionantes no Congresso Nacional. Em 1934 emocionou a todos com este pronunciamento: "Além de representante feminina, única nesta Assembléia, sou, como todos os que aqui se encontram, uma brasileira, integrada nos destinos do seu país e identificada para sempre com os seus problemas. (…) Acolhe-nos, sempre, um ambiente amigo. Esta é a impressão que me deixa o convívio desta Casa. Nem um só momento me senti na presença de adversários. Porque nós, mulheres, precisamos ter sempre em mente que foi por decisão dos homens que nos foi concedido o direito de voto. E, se assim nos tratam eles hoje, é porque a mulher brasileira já demonstrou o quanto vale e o que é capaz de fazer pela sua gente. Num momento como este, em que se trata de refazer o arcabouço das nossas leis, era justo, portanto, que ela também fosse chamada a colaborar. (…) Quem observar a evolução da mulher na vida, não deixará por certo de compreender esta conquista, resultante da grande evolução industrial que se operou no mundo e que já repercutiu no nosso país. Não há muitos anos, o lar era a unidade produtora da sociedade. Tudo se fabricava ali: o açúcar, o azeite, a farinha, o pão, o tecido. E, como única operária, a mulher nele imperava, empregando todas as suas atividades. Mas, as condições de vida mudaram. As máquinas, a eletricidade, substituindo o trabalho do homem, deram novo aspecto à vida. As condições financeiras da família exigiram da mulher nova adaptação. Através do funcionalismo e da indústria, ela passou a colaborar na esfera econômica. E, o resultado dessa mudança, foi a necessidade que ela sentiu de uma educação mais completa. As moças passaram a estudar nas mesmas escolas que os rapazes, para obter as mesmas oportunidades na vida. E assim foi que ingressaram nas carreiras liberais. Essa nova situação despertou-lhes o interesse pelas questões políticas e administrativas, pelas questões sociais. O lugar que ocupo neste momento nada mais significa, portanto, do que o fruto dessa evolução.
" Maria Moura - Uma Anarquista Maravilhosa!!!!
Os cinco volumes da obra “Os Companheiros” de Edgar Rodrigues listam o nome de 52 mulheres que tiveram especial relevância no movimento social, no período que vai do final do século XIX à metade do século XX. Mineira de Barbacena, Maria Moura merece destaque, não só pela sua combatividade, mas pela sua intensa atividade literária, como também pelo sucessor, não só no Brasil, como nas Américas e Europa. Maria Moura organizou um grupo de mulheres da região para a construção de casas populares para a população carente da cidade. Participou da fundação da Liga Contra o Analfabetismo. Mudou-se para São Paulo onde passou a trabalhar na imprensa operária e anarquista brasileira e internacional. Publicou artigos em jornais progressistas como O Combate, de São Paulo e O Ceará de Fortaleza, de onde se extraiu o texto Feminismo? Caridade? Bem como em diferentes jornais operários e anarquistas de todo o Brasil. Em Fevereiro de 1923, lançou a revista Renascença, publicação cultural divulgada no movimento anarquista e entre setores progressistas e livre-pensadores. A importância desta militante pode ser avaliada, entre outros, pelo fato de que, em 1928, jovens estudantes e trabalhadores paulistas terem invadido o jornal pró-fascista italiano Il Piccolo, como resposta a um artigo que caluniava violentamente a pensadora libertária. Na mesma época, Rachel de Queiroz polemizou acaloradamente, nas páginas do jornal O Ceará, com um jornalista cearense que atacou Maria Lacerda. Ativa conferencista, tratava de temas como educação, direitos da mulher, amor livre, combate ao fascismo e antimilitarismo, tornando-se conhecida não só no Brasil, mas também no Uruguai e Argentina, onde esteve convidada por grupos anarquistas e sindicatos locais. Entre 1928 e 1937, a ativista libertária viveu numa comunidade em Guararema (SP), no período mais intenso da sua atividade intelectual, tendo descrito esse período como uma época em que esteve "livre de escolas, livre de igrejas, livre de dogmas, livre de academias, livre de muletas, livre de prejuízos governamentais, religiosos e sociais". Maria Lacerda de Moura pode ser considerada uma das pioneiras do feminismo no Brasil e uma das poucas ativistas que se envolveu diretamente com o movimento operário e sindical. Entre os seus numerosos livros destacam-se: Em torno da educação (1918); A mulher moderna e o seu papel na sociedade atual (1923); Amai e não vos multipliqueis (1932); Han Ryner e o amor plural (1928) e Fascismo: filho dileto da Igreja e do Capital. O texto de Maria de Moura que transcrevemos de seguida foi publicado no jornal independente O Ceará (1928), de Fortaleza, a pedido da então jovem escritora Rachel de Queiroz, que se consagraria como uma das grandes romancistas brasileiras contemporâneas. Esse texto expressa o pensamento de Maria Moura sobre o feminismo e sua visão anarco-individualista. Uma filosofia libertária bastante influenciada por Han Ryner, um pensador libertário original que se destacou em França como ativista anti-militarista, anti-clerical e defensor do amor livre. Outra influência notória no texto é a de Emile Armand. É certo que ele não representa todo o pensamento da anarquista brasileira. Como todo militante, com larga atividade literária, passou por diferentes fases e sua reflexão abordou temas tão diversos como a guerra, o malthusianismo e a pedagogia libertária. Polêmica na literatura e na militância, Maria Moura passou pela Maçonaria e pela Fraternidade Rosa Cruz, com quem rompeu denunciando-a como agente do nazismo. Atravessou algumas fases de maior envolvimento social e outras de isolamento, umas de otimismo e outras de declarado pessimismo. E, se no fim da vida, permanecia num certo pessimismo, isso se deve certamente às divergências e rupturas que, no fim da década de 20, confrontavam anarquistas e comunistas ao mesmo tempo em que acontecia a ameaçadora ascensão do fascismo. No entanto, quando após a fundação do Partido Comunista dirigentes desse partido, fizeram várias tentativas para aliciá-la, a pensadora libertária recusou-se a abandonar sua visão de mundo, mantendo até ao fim da vida o seu anarquismo individualista. Maria Moura é praticamente desconhecida no Brasil, mas sua vida e obra lhe caracterizam como aquela que seria uma das primeiras e mais importantes ativistas das causas das mulheres no mundo, mas que nunca reconheceu no Estado, no Direito e no acesso profissional burguês a sua causa. Na verdade, isso acontece porque, antes de tudo, via generosamente a luta feminista como parte integrante do combate social compartilhado igualmente por homens e mulheres engajados na luta pela eliminação de toda exploração, injustiça e preconceito. Maria Moura e todas essas maravilhosas mulheres deixaram um verdadeiro legado de luta contra a opressão masculina e a homofobia. São iluminadoras, suas vidas servem como archotes na escura noite da subcidadania. Não são vagalumes de Braudel, seus brilhos não são efêmeros. São e serão, sempre imponentes, faróis que nos guiam nas tempestades e tormentas da vida.





Nísia Floresta

É considerada uma pioneira do feminismo no Brasil e foi provavelmente a primeira mulher a romper os limites entre os espaços público e privado publicando textos em jornais, na época em que a imprensa nacional ainda engatinhava. Nísia também dirigiu um colégio para moças no Rio de Janeiro e escreveu livros em defesa dos direitos das mulheres, dos índios e dos escravos.








Celina Guimarães Viana



Nascida no Rio Grande do Norte foi a primeira eleitora inscrita no Brasil. Ao conquistar o título de eleitora, acabou desencadeando um grande movimento, levando mulheres de diversas cidades do Estado e de outros nove estados brasileiros a lutar pela mesma conquista. A luta pela emancipação política feminina ganhou impulso em todo o país e o voto feminino foi regulamentado no Brasil em 1934. Em dia 25 de novembro de 1927, ela deu entrada numa petição requerendo sua inclusão no rol de eleitores do município de Mossoró (RN), onde nasceu e viveu.

Carlota Queiroz



Fundou a Academia Brasileira de Mulheres Médicas, em 1950. Foi a primeira deputada federal da História do Brasil, eleita pelo estado de São Paulo em 1934, fez a voz feminina ser ouvida no Congresso Nacional. Seu mandato foi em defesa da mulher e das crianças, trabalhava por melhorias educacionais que contemplassem melhoria no tratamento das mulheres. Além disso, publicou uma série de trabalhos em defesa da mulher brasileira.

Bertha Lutz



Depois de tomar contato com os movimentos feministas da Europa e dos Estados Unidos, Berta Lutz criou as bases do feminismo no Brasil. Foi a fundadora da Federação Brasileira para o Progresso Feminino, em 1922, após ter representado o Brasil na Assembléia Geral da Liga das Mulheres Eleitoras, realizada nos Estados Unidos, onde foi eleita Vice-Presidente da Sociedade Pan-Americana. Foi eleita suplente para deputado federal em 1934, após fracassar em duas eleições. Em 1936 assumiu o mandato. As principais bandeiras de lutam eram mudanças na legislação trabalhista com relação ao trabalho feminino e infantil, e até mesmo a igualdade salarial. Em 1937 perdeu o mandato com o golpe do Estado Novo, de Getúlio Vargas.

Maria Moura



Formou-se na Escola Normal de Barbacena e trabalhou como educadora, adotando a pedagogia de Francisco Ferrer e lecionando em Escolas Modernas. Em 1920, no Rio de Janeiro, fundou a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher, que combateria a favor do sufrágio feminino. Após mudar-se para São Paulo em 1921, se tornou ativa colaboradora da imprensa operária e anarquista.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

O Brasil e Copa da África


O Brasil não ganhou a Copa do Mundo da África. Tragédia nacional. Assim que o juiz apitou o fim do jogo com a Holanda, que decretou o regresso do escrete canarinho mais cedo para o Brasil, consegui ver homenzarrões com olhos marejados, vermelhos, demonstrando um sofrimento ímpar...uma não merecida melancolia...afinal, o brasileiro não desiste nunca.

Mathias, meu amigo grandalhão, já mergulhado no copo de Vemuth, bradava aos quatro ventos que o futebol para ele havia acabado naquele momento. Torcedor histórico do valente Atlético Mineiro, Mathias jurava para que pudesse ouvir que nunca mais adentraria em um estádio de futebol.

Paulo, cujo apelido é “Pelé da Copa de 58”, pela semelhança, havia comprado três caixas de morteiros 12 x 1 da Caramuru, para festejar o Hexa. Sem ter o que fazer com os morteiros, Paulo, crioulo liso, tomou uma passando a régua e foi pro seu cafofo chorar as mágoas com a dona Juraci.

Aloísio, técnico do time amador da cidade, clamava por justiça. Não conseguia compreender o esquema montado por Dunga. “A seleção tava toda “torta”, urrava. Time torto não ganha jogo!!!!!” Quanto mais lamentava mais se lembrava de Telê Santana e sentenciava: “o futebol acabou”, agora são as empresas é o tal marketing é quem manda nos esportes.”

Saudosista, Costela lamentava as ausências de Ronaldinho Gaúcho, Roberto Carlos e Adriano. Repudiava a escalação de inúmeros “cavalos paraguaios” levados por Dunga e que colaboraram com o naufrágio da seleção.

Cambraia, zagueirão de primeira na juventude, beque parado dos bons, se embriagava com cerveja e emoção. Torcedor contido, mas de um fervor inigualável, Cambraia estava à beira de um infarto. Girava em torno de si mesmo como se tentando encontrar uma resposta para a tragédia, só comparável àquela de 50 que os uruguaios chamam de “maracanazzo”. Cambraia ainda jovem, quase morreu quando Giggia avançou pela direita e bateu o goleiro Barbosa, cravando 2 x1 no placar do novíssimo Maracanã, selando uma derrota que calou por inteiro uma nação em festa.

As crianças, coitadas. Não sabiam bem o que fazer. Estavam prontas para fazerem grandes farras com a conquista do Hexa. Convencidas pela mídia que nosso plantel era imbatível, uniram-se em mutirões para decorarem as ruas e exigiram dos pais camisas da seleção, que nem precisavam ser originais. Bastavam estampar o símbolo da CBF e as cinco orgulhosas estrelas vibrando no peito. Foi um baque. Criança não pode encher a cara como o Cambraia e nem ficar xingando à torto e à direita como o Gordo da borracharia. Como pequenos pintainhos foram se recolhendo para as asas da galinha no entardecer, meio sem direção e ainda tentando entender o porquê de holandeses tão sem ginga e rebolado, vencerem nossos gladiadores do hexa.

Como sempre, o treinador pagará o pato pela derrota. No Brasil geralmente evita-se o erro coletivo, faz parte da cultura africana e indígena. Sai o Dunga e tudo estará resolvido. Mais uma vez teremos outro combate titânico. Desta vez a copa será no Brasil. Outro “maracanazzo” ??? Nem pensar!!!! Mas como fazer se Espanha, Holanda e Alemanha estão jogando como sul-americanos e nós, brasileiros, tentando imitar o duro futebol bretão???


A resposta deixo para Freud, ou Hamlet. Ou então para meu amigo Tupamaro que costuma conversar através de provérbios e ditos populares: “Futebol é bola na rede...quem não faz, leva.”

Humanidade Solidária


A espécie humana é profundamente solidária. Não se tem notícia de outra espécie do reino animal que guarda alimentos para uma visita que virá na semana que vem. Nem mesmo de uma vovó rinoceronte que guardou comida para o netinho que virá passar o fim de semana.

A solidariedade é um dos pontos fortes de nossa espécie. Podemos citar alguns nobres exemplos como os doadores de sangue, onde pessoas abandonam seus cotidianos e passam pela nada agradável experiência de ter uma agulha perfurando suas veias e deitando sangue em uma bolsa plástica. Sangue este que salvará uma vida anônima em cirurgias futuras tanto nas complexas como nas de emergência. Podemos citar ainda as doações de alimentos e vestimentas para populações de áreas afetadas por catástrofes. A mobilização é emocionante, cada um oferecendo o melhor de si para ajudar o próximo, desabrigado e faminto.

Existem exemplos impressionantes como de pessoas que saem pelas madrugadas oferecendo refeições para as populações que dormem nas ruas e outras que recolhem animais abandonados. Não podemos deixar de citar o trabalho dos movimentos e ordem das igrejas, entidades privadas como Rotary, Lions, Ordens e Lojas Maçônicas, Associações Comerciais, Sindicatos e tantos outros que certamente este espaço não seria suficiente para que todos fossem incluídos.

Somos solidários na essência. A humanidade é solidária. Apesar do grande e avassalador processo de modernização do nosso modo de viver, somos cada vez mais solidários. Com a informática usamos as redes sociais para nos comunicarmos sem fronteiras e nos tornarmos mais próximos e fraternos. Alguns até casam através da Internet. Com o avião passamos a visitar famílias e parentes distantes com mais freqüência. Com o telefone celular passamos a falar com todas as pessoas que desejamos e também somos procurados por elas.

Na economia, cresce cada vez mais um modelo que faz contraponto ao avanço do capitalismo. É a Economia Solidária. No lugar da competição fratricida, a cooperação. Em vez de degradar o meio-ambiente para produzir cada vez mais, a sustentabilidade. No lugar da homofobia e do machismo, o culto à diversidade e equidade de gênero e raça nas administrações dos seus empreendimentos. No lugar da maximização do lucro para um reduzido número de pessoas, a maximização do trabalho para um número maior de pessoas com a divisão dos ganhos sendo distribuída de maneira proporcional. Na Economia Solidária não existe trabalho infantil e tão menos a exploração de seres humanos em atividades degradantes. Existe sim, uma enorme preocupação com a formação de cidadania, com alegria e criatividade nas jornadas diárias de trabalho compartilhado
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