Amauri Queiroz

sexta-feira, 20 de maio de 2011

O Rei e a Camareira








Rosa Parks (foto acima com Martin Luther King), símbolo pela luta dos direitos civis nos EUA que teve início em 1955, de seu túmulo certamente influenciou a decisão da camareira africana em ter denunciado o todo poderoso presidente do FMI, Domenique Gaston Andre Staruss-Kahn à polícia Novaioquina. DSK como é chamado, foi indiciado criminalmente pela justiça dos EUA e pode ter que cumprir uma pena de 20 anos de reclusão. Para responder pelo crime em liberdade, na cidade de Nova York, pagou fiança de ummilhão de dólares e mais cinco milhoes de dólares como caução preventiva contra uma possível fuga. Dominique Gaston André Strauss-Kahn é Advogado, Cientista Político, Administrador de Empresas, Economista e ex-presidente do Fundo Monetário Internacional - FMI (renunciou após ser preso), além de proeminente membro do Partido Socialista Francês. DSK, como é chamado, liderava com folga a corrida para a presidência da França, ameaçando a reeleição de Nicolas Sarkozy. Strauss-Kahn viu seu mundo ruir ao ser preso por abuso sexual contra uma camareira no Hotel Sofitel de Nova York no dia 14 de maio. DSK Foi retirado pela polícia da primeira clase de um avião que estava partindo para Paris e levado para a prisão de Rikers Island, onde cumprem pena 14.000 presidiários, uma das mais perigosas dos EUA. Strauss-Kahn será defendido pelo mesmoadvogado que defendeu Michael Jackson dos mesmos crimes, só que com crianças. Para sair do presídio e permanecer em prisão domiciliar em Nova York, monitorado por uma tornozeleira eletrônica, o francês desembolsou cinco milhões de dólares - um como fiança e cinco como caução preventiva de fuga. Além de ter entregue seu passaporte francês e o das Nações Unidas ao qual tem direito. Sua vítima, uma imigrante africana da República da Guiné, tem 32 anos e uma filha de 15. Segundo a direção do hotel, a camareira não sabia quem era Staruss-Kahn, nem a isstituição que ele presidia, o FMI. Ele é um europeu branco, bem nascido, formado pela Sorbonne e frequenta os melhores salões e palácios do mundo. Seu salário era de meio milhão de dólares por ano. Ela, imigrante fugida da fome. Com o parco rendimento que recebe mal consegue manter a si e à filha de 15 anos. Trabalha dignamente, lavando as privadas e esfregando o chão dos quartos de gente rica, onde certamente, nunca poderá se hospedar. A única explicação possível para a atitude criminosa de DSK talvez devesse ser uma recaída atávica, dos tempos do colonialismo francês em África. Naqueles pérfidos tempos, o senhor branco e francês podia dispor de qualquer mulher negra para seu deleite, sem que isso se enquadrasse em crime ou qualquer tipo de ilícito penal. Inclisive na Guiné, uma de suas colônias no continente africano e terra natal da camareira. DSK jamais imaginaria que aquela humilde camareira tivesse coragem de enfrentá-lo numa luta de Davi contra Golias. Achou que saciaria seu instinto animal e voaria para a França onde era respeitado como um rei.Sua reputação confirma que é um maníaco sexual. No aeroporto, antes de ser preso, falou para a aeromoça que o atendia que ela tinha um 'belo traseiro'. Surgiu uma segunda acusação contra ele, agora em seu próprio país. Tristane Banon, filha de uma deputadado Partido Socialista, alega que foi molestada sexualmente por DSK. Para piorar sua situação, o depoimento de Kristin Davis, a 'Madame Manhattan', principal cafetina de Nova York, causará uma grande estrago em sua estratégia de defesa. Kristin disse que não protege a identidade de clientes abusadores. Contou que DSK gosta de meninas jovens e típicas do meio-oeste americano. Relatou que certa vez uma das meninas queixou-se que não queria vê-lo mais, pois ele foi muito agressivo e a forçou a fazer sexo. Disse ainda que ele costumava pagar até R$ 5.000, 00 por duas horas de prazer. A acusadora de DSK pode ser comparada à Rosa Parks, de Montgomery, no estado do Alabama, nos EUA. Vivendo sob as leis de segregação racial, cansada de uma jopranada penosa de trabalho, Rosa se recusou a ceder seu lugar em um ônibus para um homem branco, quando retronava para casa. Presa e condenada em dezembro de 1955, Rosa Parks tornou-se o símbolo da luta pelos direitos civis nos Estados Unidos. A resposta da população negra foi um boicote aos transportes coletivos da cidade que durou 386 dias, quase levando-o à falência. Do movimento dos direitos civis saíram, entre outros, Angela Davis, Panteras Negras, Malcolm X, Martin Luther King - Prêmio Nobel da Paz em 1964 e por extensão, Barak Obama, Presidente dos EUA e Prêmio Nobel da Paz em 2009. Rosa Parker e todos os outros, entregaram suas vidas à luta contra o apartheid nos Estados Unidos. Com a dignidade da luta e o orgulho em serem afro-americanos, garantiram seus lugares no panteão da glória mundial, assim como Nelson Mandela, Steve Biko e Oliver Tambo na África do Sul. Nos orgulhamos desses fantásticos seres humanos e repudiamos esse animal francês que passou tanto tempo entre livros e dinheiro para que nada de bom tivesse aprendido.

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