Sandra Gomide foi assassinada friamente pelas costas por seu ex-amante, o jornalista Pimenta Neves em 20 de agosto de 2000. O crime ocorreu na cidade de Ibiúna, a 64 quilômetros de São Paulo. Inconformado com o fim da relação que já durava 4 anos, Pimenta Neves deu dois tiros nas costas da vítima e um na cabeça, este com a jovem já caída ao solo. Réu confesso do crime ficou preso de setembro de 2000 a março de 2001, quando o STF concedeu-lhe um habeas corpus para responder pelo crime em liberdade. Em maio de 2006, o Tribunal do Júri de Ibiúna condenou Pimenta Neves a 19 anos e dois meses de prisão.
Iniciou-se aí uma verdadeira maratona de recursos e protelamentos, onde a defesa recorreu ao Tribunal de Justiça de São Paulo, que reduziu a pena para 18 anos. O tribunal paulista também deu ao réu um habeas corpus para ele recorrer em liberdade. Em 2008 o STJ reduziu a pena a 15 anos de prisão, após mais um recurso. A defesa de Pimenta Neves recorreu mais de 20 vezes ao STJ e ao STF. Em março, o ministro Celso de Mello, relator do recurso no STF, considerou que o jornalista perdeu o direito de recorrer, porque os argumentos apresentados já tinham sido analisados pelo Tribunal de Justiça paulista e pelo STJ. Na terça-feira, 24/05, o Supremo Tribunal Federal (STF) negou o último recurso que tentava anular a condenação de 15 anos de prisão pelo crime. O jornalista foi preso na casa dele, na Zona Sul de São Paulo, ainda na noite de terça-feira. Pimenta Neves também foi condenado a pagar R$ 166 mil de indenização por danos morais aos pais de Sandra, que teriam ficado doentes após a morte da filha. O jornalista já está cumprindo pena no presídio de Tremembé, aonde chegou no dia 25/05 às 15:30h. Também cumprem pena em Tremembé condenados por crimes que tiveram repercussão nacional como Alexandre Nardoni, acusado pela morte da filha Isabela Nardoni, e os irmãos Christian e Daniel Cravinhos, que junto com Suzane Richthofen mataram os pais dela. Parece que o jornalista assassino estará em ótima companhia.
Como a justiça no Brasil privilegia os mais abonados, o promotor de Justiça Carlos Horta Filho disse que o jornalista Antonio Pimenta Neves poderá ficar preso em regime fechado, por pouco tempo. Depois de cumprir 1/6 da pena - 30 meses - em regime fechado, Pimenta Neves poderá pedir na Justiça a progressão para o regime semi-aberto, se tiver bom comportamento. Como ele já ficou preso 7 meses, na prática, significa que restam apenas um ano e 11 meses para que ele fique em regime fechado. No regime semi-aberto, o preso pode sair durante o dia, mas dorme na prisão. Nesse regime, o detento tem direito também a sete saídas temporárias por ano, em feriados como Dia das Mães e Páscoa. Pimenta Neves tem 74 anos e os advogados de defesa afirmam que ele está doente, com diabetes e hipertensão. Com isso, abre-se a possibilidade de que a defesa entre na Justiça com pedido de prisão domiciliar.
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