Amauri Queiroz

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Racismo, Xenofobia e Diretos Humanos



“Vocês riem de mim porque eu sou diferente eu rio de vocês porque são todos iguais.”

Bob Marley



Acontece todos os anos, no dia 27 de Janeiro, o “Dia Internacional de Comemoração das Vítimas do Holocausto”, ou “O Dia da Memória”. Foi instituído pelas Nações Unidas, para que a xenofobia, a perseguição à estrangeiros e a intolerância racial não propiciem nunca mais horrores como o do Holocausto.
O Papa bento XVI nesse dia, declarou que “o ódio racial e religioso e a xenofobia, geraram deportações, prisão e morte nesses lugares aberrantes”. Continua o Sumo Pontífice: “Esses fatos, em particular o drama do Holocausto, que atingiu o povo judeu, incitam a um respeito cada vez mais decidido pela dignidade de toda a pessoa, para que os homens se percebam como uma única grande família”. Mais de 1 milhão de homens, mulheres e crianças, entre os quais um milhão de judeus em toda a Europa, morreram no campo de Auschwitz, instalado em 1940 na Polônia ocupada e libertado em 27 de Janeiro de 1945 pelo exército soviético.
Após 65 anos, as feridas ainda não sararam. O anti-semitismo não desapareceu, e por isso se cultiva a memória pública do Holocausto. O início dessa estória de horror, tem como protagonista Adolf Hitler, que era extremamente nacionalista e via nos estrangeiros um fator de corrupção do povo e da vida alemã. A partir dessa idéias surgiu o nazismo, um regime totalitário, que se baseava na mística do heroísmo do povo alemão, desprezando-se então todos os povos que viviam na Alemanha ou no seu entorno.
Ainda hoje existem movimentos nazistas em todo o mundo. Precisamos vigiá-los e não dar tréguas para que se instalem novamente. É comum na Alemanha a perseguição aos estrangeiros, culminando até mesmo em assassinatos, por grupos de pessoas que não admitem a idéia de conviverem com o diferente.
Minas Gerais é um estado pródigo de grandes seres humanos, que contribuíram de maneira inequívoca para o engrandecimento da humanidade. Se a espécie humana pisou na lua em 1969 e pisará em Marte em 2050, agradeçam a um mineiro que nasceu bem aqui pertinho, no Sítio Cabangu, hoje Município de Santos Dumont. Alberto Santos Dumont recebeu a Ordem de Cavaleiro da Legião de Honra da França, país que o recebeu e o apoiou para que pudesse inventar o avião. Dividiu o prêmio, que ganhou pela façanha de voar com um dirigível mais pesado que o ar, com os pobres de Paris. Podemos também falar em um negro nascido em Três Corações que encantou o mundo com sua habilidade no campo esportivo. Pelé, o “Rei do Futebol”, o “Atleta do Século”, incensado por reis, rainhas e personalidades de todo o mundo, deixou a vida tricordiana e foi recebido em Bauru e logo após Santos, que o recebeu de braços abertos e lhe propiciou o afeto e a acolhida necessários para que ele atingisse o estrelato.
Ary Barroso, cidadão de Ubá, é um dos poucos brasileiros (talvez o único) que foi membro da Academia de Ciências e Arte de Hollywood. Mineiro versátil trabalhou inclusive com Walt Disney, que o indicou para a academia. Ary Barroso também compôs a Aquarela do Brasil, canção que junto com Garota de Ipanema são as mais executadas fora do Brasil em todos os tempos. Ary foi para o Rio de Janeiro aos 17 anos, onde desenvolveu seu talento e hoje está eternizado no bairro do Leme, início da praia de Copacabana, com um busto de bronze e uma rua com seu nome, o que muito orgulha os moradores do lugar.
Poderíamos escrever uma enciclopédia com tantos mineiros ilustres que deixaram Minas e foram recebidos em outras cidades: Juscelino, Telê Santana, Vital Brasil, Carlos Chagas, Darcy Ribeiro, o cantor Vando e também Jorge Castanheira, um Congonhense que preside a Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro e coordena com muita competência aquele que é chamado “o maior espetáculo da terra”. Todas essas pessoas deixaram uma grande contribuição para a humanidade. É muito importante nos mirarmos nos bons exemplos e pautarmos nossa vida pela acolhida de todos os irmãos, pois, Jesus Cristo sempre pregou a igualdade entre todas as pessoas, através do carinho, da hospitalidade, da amizade e do amor.
Hitler era artista, pintava quadro e quando jovem, chegou a sobreviver de sua arte. Sua contribuição, porém para a história, foram os seis milhões de judeus assassinados por seu exército, tudo em nome da xenofobia e da intolerância ao próximo.
Precisamos evitar esse tipo de comportamento, pois, nossa casa é o mundo e o mundo é nossa casa.

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