Amauri Queiroz

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Bibi Aisha Sobreviveu ao Talibã

Quando o rosto da jovem afegã Bibi Aisha (“bibi” significa algo como “senhora” em urdu), de 18 anos, estampou a capa da edição da revista americana Time, sua beleza ficou em segundo plano, ofuscada pela chocante ausência de seu nariz, extirpado a faca pelo seu marido. Na semana passada, Aisha apareceu em público pela primeira vez usando uma prótese e pudemos, finalmente, prestar atenção ao seu sorriso. Esther Hyneman, da ONG Mulheres pelas Mulheres Afegãs, que esteve com Aisha na Califórnia, na semana passada, diz que ela está feliz com o novo visual, embora ainda não tenha conseguido deixar para trás o trauma da violência que sofreu. “Vai levar tempo para que ela se recupere, mas somos muito otimistas porque ela é uma sobrevivente. Muitas pessoas teriam morrido naquela situação”, diz Esther. Nessa entrevista, Esther conta que comprou um mapa múndi para mostrar a Aisha onde fica seu país e onde ela está agora, os Estados Unidos, e avalia a situação das mulheres no Afeganistão, onde ela passa seis meses por ano fazendo trabalho humanitário.
Lendo as muitas reportagens escritas sobre a história de Bibi Aisha, notei que há várias informações desencontradas e inconsistentes. Sua idade, quem a socorreu depois de agredida pelo marido e até qual foi a participação do Talibã na agressão. A que se pode atribuir essas diferenças?
Esther Hyneman – Não li todas as reportagens que saíram sobre ela, mas a maioria das entrevistas deve ter sido feita por meio de tradutor, o que facilita mal entendidos, e muitas devem reproduzir de maneira errônea o que foi publicado por outros veículos. Os fatos básicos sobre Aisha são muito simples: ela foi vítima de um costume tribal chamado “baad”, em que uma propriedade é dada pela família que cometeu uma ofensa ou um crime a outra família. A propriedade é uma forma de compensação pelo crime ou ofensa. Pode ser dinheiro, terras ou até mesmo, e muito frequentemente, jovens meninas. Aisha foi dada como compensação pelo assassinato que seu tio cometeu contra um membro da família.
Ela tinha 10 anos quando isso aconteceu?
Esther Hyneman - Não sabemos exatamente que idade ela tinha, mas era bem jovem. Ela foi maltratada – como essas garotas sempre o são – e escravizada. Depois de anos de abuso em que apanhava com frequência, ela fugiu. Não temos certeza, mas talvez um vizinho a tenha ajudado. Ela conseguiu chegar a Kandahar e foi presa pela polícia porque mulheres não podem andar sozinhas pela rua – é uma regra em todo o país, mas especialmente em áreas como Kandahar, controlada pelo Taleban. De alguma maneira, seu pai descobriu que ela estava presa em Kandahar e persuadiu o comandante a libertá-la. Então, ele a levou de volta à mesma família a que tinha sido dada, à família de seu marido. Ele deveria saber que estava levando sua filha para a tortura e a morte, uma vez que a família de seu marido era taleban.
Li um artigo que questionava se o marido dela era taleban. Essa informação é confirmada?
Esther Hyneman - Sim, é confirmada. Por favor, publique-a. Estou na Califórnia, vim até aqui para ver Bibi e ontem ela ficou transtornada quando alguém mencionou o Taleban. Ela começou a gritar com toda força sobre o que eles haviam feito com ela. Não há nenhuma dúvida quanto a isso. O artigo da revista The Nation que questiona isso está mentindo. Aisha foi torturada por uma família taleban. Ela foi levada para uma área isolada, imobilizada por pessoas da própria família ou amigos ou vizinhos do marido, e seu marido ou o irmão dele, não sabemos ao certo, cortaram fora seu nariz e suas orelhas. Ela foi então abandonada para morrer sangrando.
Em uma entrevista, a senhora disse que a punição de Aisha provavelmente tem origem em um dizer pashtun (uma das tribos que povoam o Afeganistão) que diz que o homem cuja mulher foge perdeu o nariz. É possível que venha desse velho ditado popular?
Esther Hyneman - É uma punição que acontece em vários lugares do país. Não sei quão prevalente ela é, mas vimos outros casos. Não acredito que seja necessariamente restrita ao Afeganistão. Depois de ser punida, Bibi desmaiou. Ela estava sangrando muito, não conseguia nem enxergar direito. Achou até que fosse água, num primeiro momento. Ela conseguiu ir até sua vila e, pelo que entendi, seu tio não a deixou entrar. Então alguém, talvez seu pai, levou-a para a base militar americana, onde ela recebeu tratamento médico. Quando ela estava melhor, eles nos pediram para abrigá-la. E ela ficou conosco por nove meses até que nós arranjamos o tratamento médico e cirúrgico nos Estados Unidos com a Fundação Grossman para Queimados.
Como ela tem se recuperado desde que você a conheceu, no Afeganistão?
Esther Hyneman - Ela tem ido muito bem, mas qualquer pessoa que tenha passado pelo que ela passou, ser dada pela família, tratada como uma escrava, torturada, sofre de síndrome de estresse pós-traumático. Vai levar tempo para que ela se recupere, mas somos muito otimistas, porque ela é uma sobrevivente. Muitas pessoas teriam morrido naquela situação, não teriam sido capazes de chegar até o vilarejo. Ela conseguiu se manter viva. Ela nunca esteve na escola, não tem informações concretas sobre o mundo, mas é extremamente inteligente. Ela tem um tipo de inteligência inata. Ela é muito esperta, espirituosa e falante. Ela tem qualidades que vão ajudá-la a conseguir uma vida produtiva. Ela só precisa de tempo para se recuperar.
Quando deve acontecer a cirurgia para a reconstrução do nariz de Bibi?
Esther Hyneman - Não sabemos. Ela precisa de um período de repouso porque o tratamento vai ser um outro tipo de trauma que ela vai enfrentar. São várias cirurgias e a Fundação Grossman está avaliando se ela está psicologicamente pronta para elas. Não existe um calendário, mas ela está recebendo cuidados de quem a ama e está feliz, aproveitando sua estadia. Ela tem agora a prótese de nariz e está se sentindo ótima ao aparecer em público. Ela é uma jovem linda.
Como ela se sente ao saber que sua foto foi reproduzida no mundo todo?
Esther Hyneman - Foi um pouco demais para ela. Aisha é jovem mulher que nasceu em um vilarejo. Comprei para ela um mapa do mundo para mostrar onde ficava o Afeganistão, onde ficava Dubai, onde seu avião fez escala antes de parar em Nova York, onde era a Califórnia, onde ela estava. Nós pusemos o mapa no chão e exploramos isso porque ela não sabia essas coisas sobre as quais nem pensamos.
Li que a irmã de Aisha pode estar ainda com a família de seu marido no Afeganistão. Isso é verdade?
Esther Hyneman - Supomos que a irmã dela esteja lá e nos preocupamos com isso, mas não há como sabermos se ela está lá e como ela está porque é uma área controlada pelo Taleban e, por isso, muito perigosa. O rosto de Bibi na capa da Time é um alerta do que pode acontecer se o Taleban dominar o Afeganistão. E se isso acontecer, o país vai se tornar refúgio para grupos terroristas que podem repetir atos como o 11 de setembro. Se isso acontecer, os custos de vidas humanas e de dinheiro serão ainda maiores do que já foram até agora. Nossa mensagem para o mundo democrático é que ele está sob ameaça aqui.
Muitas pessoas afirmam que muito pouco mudou no Afeganistão com a chegada dos americanos porque líderes fundamentalistas islâmicos que concordam com os talebans em vários aspectos continuam no governo. Qual a sua opinião sobre isso?
Esther Hyneman - Houve progressos nesses últimos anos. Pode não ser o suficiente, mas é incrível num país que ficou em guerra por 30 anos e estava sob o domínio de um regime tabelan brutal. Agora a maioria das pessoas do país quer um governo transparente, quer educação para suas crianças. As mudanças são óbvias. Nós somos uma organização sem fins lucrativos no Afeganistão e temos cinco centros para a educação das famílias e cinco abrigos. Isso é progresso. Nós ganhamos casos em favor das mulheres na Justiça. Há uma nova lei para a eliminação da violência contra a mulher assinada este ano pelo presidente Hamid Karzai que nos ajuda a defender as mulheres na Corte. Isso é progresso. Temos mais de 150 funcionários, todos eles afegãos, e eles arriscam suas vidas e as de suas famílias porque estão comprometidos com a causa de um governo progressista, leis progressistas. Pesquisas mostram que os afegãos querem uma vida melhor, querem que mais escolas sejam construídas. Se nós continuarmos no Afeganistão, o país pode se tornar um modelo do que é possível ser feito. Nós não somos invasores, os talebans são os invasores.
Agora Aisha está nos Estados Unidos. Há planos de que ela volte para o Afeganistão?
Esther Hyneman - Estamos vivendo um dia de cada vez. Não temos nenhuma ideia de como será a vida de Aisha. Temos que esperar para ver.

terça-feira, 21 de junho de 2011

A Marcha das Vadias - SlutWalk por Fátima de Oliveira

A Marcha das Vadias (SlutWalk) é a reedição da lendária Queima dos Sutiãs (Bra-Burning), após quase 43 anos, com o mesmo fim: visibilizar e escrachar o patriarcado em sua forma cotidiana e cruel - o machismo, esteio da violência contra a mulher?
Sim! A diferença é que a Queima dos Sutiãs original, a primeira, é lenda feminista deliciosa e incendiária, pois ela foi simbólica, tal qual a viúva Porcina, "a que foi sem nunca ter sido". De fato, não aconteceu! Depois de amontoar sutiãs, não permitiram queimá-los no recinto fechado do protesto, mas entrou para a história e virou a fagulha para várias queimas de sutiãs, num mundo de minissaia recém-inventada (1964) e pré-web (1993).
À época, a feminista e escritora Germaine Greer verbalizara: "O sutiã é uma invenção ridícula". Queimar sutiãs se adequou ao discurso de protesto de "400 ativistas do Women's Liberation Movement (WLM) contra o concurso Miss América no Atlantic City Convention Hall, após a Convenção Nacional dos Democratas" (7.7.1968). Deu no "New York Post": "Queimadoras de sutiãs e Miss América".
O feminismo tem tradição de fazer política ousada e criativa, demonstrando, de modo inteligível e de fácil assimilação, que a opressão feminina é um fenômeno pancultural, pois o patriarcado é um sistema cultural e político arcaico - que vê as mulheres como vadias -, sobrevivente e entranhado em todo tipo de Estado contemporâneo. Logo, a ideologia e a luta feministas, não esqueçam, ainda são "da hora"!
É brisa nova a Marcha das Vadias, que invade o mundo como uma onda... Iniciada em Toronto (Canadá), em abril de 2011, como resposta política a um discurso machista de uma autoridade policial, estribado num argumento que tenta nos impor, há séculos, que "quem se veste como vadias estimula crimes sexuais"! Universitárias canadenses foram às ruas, numa performance para antropologia da moda nenhuma botar defeito: roupas putíssimas, estilo matadeira! É a moda fetichista da Daspu, que é um deslumbre, fazendo escola! Estopim chique no último: "A roupa como manifestação simbólica de opiniões libertárias" (O TEMPO, 21.9.2010).
A Marcha das Vadias criou asas. Com adesão espontânea, desinstitucionalizada e a partir da web, mais de 70 cidades já marcharam. Bateu forte em mim. Em 2002, o campus onde ocorria o 9º Encontro Internacional Mulher e Saúde (Toronto) e nos hospedava estava cheio de cartazes aconselhando andarmos em bandos, pois, há uma semana, uma estudante havia sido estuprada e morta ali! Estupros e assassinatos em campus universitários, no mundo, ocorrem com frequência absurda. A tendência tem sido acobertá-los para preservar a moral e os bons costumes(?). Até quando esconder tais crimes será medida tida como pedagógica?
Aqui não é diferente. É ilustrativo o episódio troglodita e vitoriano de Geisy X Uniban (2009), em que a Uniban acolheu a gana de estuprar da turba que a acuou, por causa de um vestido curto, visto como "matador", dando uma resposta sem senso de loção e criando conflitos de fragâncias: eliminou Geisy do corpo discente, endossando a fala do seu secretário geral: "A aluna veio trajada de uma determinada forma e isso provocou os alunos... Ela deu causa".
A Marcha das Vadias tem tudo pra deslanchar por aqui. A de São Paulo foi no sábado, dia 4. E, no dia 18, será a de Belo Horizonte, com concentração na praça da Rodoviária. E o mote é "À Marcha das Vadias só não vai quem já morreu"...
Fonte: O Tempo


quinta-feira, 16 de junho de 2011

James Joyce and the Bloomsday

Bloomsday is a commemoration observed annually on June 16th in Dublin and elsewhere to celebrate the life of Irish writer James Joyce and relive the events in his novel Ulysses, all of which took place on the same day in Dublin in 1904. Joyce chose the date because his first outing with his wife-to-be, Nora Barnacle happened on that day, when they walked to the Dublin urban village of Ringsend. The name derives from Leopold Bloom, the protagonist of Ulysses.

Tentando Entender as Mulheres

Um homem caminhava por uma praia e tropeçou numa velha lâmpada. Ele pegou-a e esfregou-a e um gênio saltou dela. O gênio disse:
- OK, você me libertou da lâmpada! Blá, blá, blá, blá, blá, blá… Esta é a quarta vez este mês e eu estou ficando enjoado destes pedidos. Então você pode esquecer aquela estória de três desejos… Você tem direito a apenas um desejo e ponto final.
O homem sentou e pensou por um instante. Depois disse:
- Eu sempre quis ir para o Hawaí, mas tenho um medo danado de voar e no mar costumo ficar enjoado. Você poderia construir uma ponte até lá, para que eu pudesse ir dirigindo? O gênio riu muito e disse:
Isso é impossível! Pense na logística do assunto… Como as colunas de sustentação alcançariam o fundo do oceano? Pense em quanto concreto, quanto aço teria que ser usado numa ponte desse tamanho!! Daria uma baita mão-de-obra!! Isso está fora de cogitação! De jeito nenhum! Ponte não dá! Pense em outro desejo.
O pobre homem concordou e tentou pensar em um desejo realmente bom. Depois de um tempo pensando, exclamou para o gênio:
- Fui casado e já me divorciei quatro vezes. Minhas esposas sempre disseram que eu não me importava com elas e que sou um insensível. Então, meu desejo é que eu possa entender as mulheres! Saber como elas se sentem por dentro e o que estão pensando quando não falam com a gente… Saber por que ficam emburradas por qualquer descuido nosso, saber por que elas choram sem motivo aparente, saber por que querem sempre discutir a relação, saber o que elas realmente querem quando não dizem nada… enfim, saber como fazê-las realmente felizes…
O gênio retruca: - Você quer a ponte com duas ou quatro pistas?

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Entrevista - Frei Betto

Sete anos após deixar o governo Lula, no qual foi assessor especial da Presidência, o escritor e assessor de movimentos sociais Frei Betto é um entusiasta da experiência do PT no poder e crítico ferrenho dos dirigentes da sigla. Em meio à crise política e ao impacto do lançamento do programa Brasil sem Miséria, Frei Betto falou ao Estado. Ele elogiou o plano social e não poupou ataques à direção petista no caso Antonio Palocci: "Já não encontro os dirigentes dando consultoria a movimentos sociais".

Entrevista concedida a Fernando Gallo - O Estado de S. Paulo, em 12-06-2011

Como o sr. analisa a saída de Antonio Palocci do governo?
O governo demorou a agir diante da crise que se instalou a partir da constatação desse surpreendente aumento do patrimônio. Isso gerou muitas dúvidas. Dilma, diante de casos como esse, deveria seguir o exemplo do ex-presidente Itamar Franco, que licenciou o Hargreaves (Henrique Hargreaves, ministro da Casa Civil acusado de irregularidades no cargo) até que as coisas ficassem claras. Comprovada sua total inocência, foi reintegrado. No caso do Palocci, houve uma suspeita que os próprios correligionários abraçaram. O fato de a Executiva do PT não emitir uma nota de apoio, de solidariedade, era sintoma de que no partido pairavam dúvidas. Ali foi o momento em que Dilma deveria ter tomado a providência de afastá-lo.
O episódio pode ser considerado um indicativo de que o PT mudou seus ideais ao virar governo?
Exatamente. Nunca me filiei a nenhum partido político, mas ajudei a construir o PT, assessorei muitos movimentos que formaram lideranças que hoje integram o PT e a política profissional. Lamento que os dirigentes do PT hoje deem consultoria aos donos do dinheiro. Andando pelo Brasil, já não encontro esses dirigentes prestando consultoria a movimentos sociais.
O PT revisou o seu projeto?
Ah, sim! No conjunto do partido, salvo exceções de honrosos militantes, o PT trocou um projeto de Brasil por um projeto de poder. Quando se estende demasiadamente o bloco de alianças, há que fazer concessões. Elas levaram o PT a ter grande prestígio eleitoral, mas não é mais, infelizmente, o partido representativo dos movimentos sociais. Já não identificam nele o partido que vai enfrentar as forças que impedem reformas de estrutura no Brasil.
Em um olhar mais geral, para além da crise, que avaliação o sr. faz do governo Dilma?
Ainda é muito cedo para uma avaliação. A equipe de governo é boa. Tem muita gente que vem do governo Lula, já calejada. O governo está mantendo a política externa do Lula, que eu considero brilhante, e está aprofundando os programas sociais, o que é muito positivo. Não gosto do lema "País rico é país sem miséria". Devia ser "país digno", não "rico". Os Estados Unidos são ricos, mas têm 30 milhões de miseráveis. A China é rica e tem milhões de miseráveis.
O sr. vê alternativa fora das alianças feitas pelo PT?
É difícil governar sem alianças, concordo. Mas elas têm de ser feitas em cima de princípios, não de interesses. Quando os interesses aparecem, como no caso do Código Florestal, as divergências também transparecem. A posição do PT e a do governo não coincidiam com a de muitos membros da base, sobretudo a do PMDB.
Como viu a atuação do governo na votação do Código Florestal?
O PT ficou isolado, mas nesse assunto Dilma tem muita clareza e firmeza. Ela sabe que o Brasil vai abrigar no ano que vem uma importante conferência ambiental. Ela foi a Copenhague acompanhando Lula e assumiu compromissos internacionais. Espero que continue com essa posição firme de não ceder frente às flexibilizações da proposta aprovada na Câmara, que parecem prejudicar o meio ambiente e favorecer os desmatadores, aqueles que praticam assassinatos no campo, invadem a Amazônia com o agronegócio e derrubam árvores para fazer pasto.
O sr. já criticou o governo por suspender o kit anti-homofobia.
Pode ser um recuo tácito, mas o tema está em pauta. Você não pode ignorar uma questão que atinge milhões de brasileiros que têm uma opção de vida amorosa e sexual. Como a questão do aborto, também. O governo pode colocar debaixo do tapete, mas uma hora ela vai ter de vir à tona. São questões relevantes para a sociedade no mundo inteiro. Como um feliz ING que sou hoje - "indivíduo não governamental" -, penso que esses temas terão de ser encarados. Espero que Dilma, que tem passado de combatividade, venha a acabar com tabus e trazer mais luz a esses temas.
O governo se omitiu no assassinato dos líderes do Pará?
Para ser generoso, acho que agiu muito timidamente. Tinha de ter mandado ministros, o do Desenvolvimento Agrário, a dos Direitos Humanos. Deveriam ter ido à região, participado dos enterros, cobrado pessoalmente do governo do Pará, que não abre inquéritos. Deveria ter tido atuação mais rigorosa. No enterro do Chico Mendes, foi todo mundo. As pessoas que estão no governo se mexiam. As coisas são vistas pela TV, pelo jornal. Isso é inconcebível. Os mandantes e assassinos estão convencidos da impunidade. Você tem 98 mandantes e assassinos identificados e apenas um preso, que é o Bida, assassino da Dorothy Stang. Liberou geral o faroeste.
Apesar das críticas, o sr. disse que a experiência do PT no poder é a melhor da história brasileira.
Considero o governo Lula o melhor da história republicana, porque gosto muito do governo de d. Pedro II. Espero que o governo Dilma seja o prosseguimento do governo Lula, principalmente por causa dos avanços do ponto de vista social e à política externa. Minha expectativa é de que o governo consiga transformar políticas de governo, como o combate à miséria e a questão ambiental, em políticas de Estado. Que promova as sonhadas reformas de estrutura: política, tributária, agrária. Isso é urgente. Desde o início dos anos 60 o Brasil clama por isso.
Qual a sua avaliação sobre o plano Brasil sem Miséria?
Vejo com bons olhos. Ao menos no papel é um avanço em relação ao Bolsa Família. Espero, e desconfio, como bom mineiro, que o Brasil sem Miséria seja uma reedição do Fome Zero, que era um programa emancipatório. O Bolsa Família é um programa compensatório. Prova disso é que esse programa até agora não tem porta de saída. Quem entra não sabe como sair assegurando a própria renda e condições dignas de vida. O Brasil sem Miséria não só aumenta o número de famílias e os benefícios de três para cinco filhos até 15 anos, como abre perspectivas de funcionamento da porta de saída. Vamos ver na prática se funciona.

terça-feira, 14 de junho de 2011

A Matança na Amazônia Continua - Enquanto Isso os Políticos Seguem Brigando em Brasília pela Aprovação do novo Código Florestal

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) informou nesta terça-feira, 14/06,  que mais uma vez, o Pará foi palco da morte de um trabalhador rural. Obede Loyla Souza, de 31 anos, foi assassinado no último dia 09/06 próximo a sua residência  no município de Pacajá. Esta é a quinta morte em decorrência de conflitos no campo. Ele era casado e pai de três filhos e teria denunciado a extração ilegal de madeira na região. A CPT informou que ele foi morto com um tiro no ouvido. Obede, que pode ter sido executado com uma espingarda, teria sido surpreendido em sua casa e levado para um local a 500 metros de distância. Ali, teria sido obrigado a se deitar de lado e atingido no ouvido. Os pistoleiros teriam mandado a vítima se deitar de lado, encostado a boca da espingarda em seu ouvido e a disparado. Ele estava sozinho em sua casa.
A CPT informou que, após a liberação para o sepultamento, a Força Nacional suspendeu o enterro e o levou para perícia em Belém (PA). De acordo com a comissão, não há informações sobre as razões que levaram à morte de Obede. Mas testemunhas contaram que, entre janeiro e fevereiro, o agricultor discutiu com representantes de madeireiros na região. Segundo a CPT, outros dois trabalhadores rurais da região, que também discutiram com os mesmos representantes de madeireiras, correm risco de morrer.
Informações obtidas pela comissão apontam que, no dia do assassinato de Obede, uma caminhonete com quatro pessoas entrou no Acampamento Esperança - onde morava o agricultor. O presidente do Projeto de Assentamento Barrageira e tesoureiro da Casa Familiar Rural de Tucuruí, Francisco Evaristo, disse que viu a caminhonete e considerou o fato estranho. Como Obede, ele também é ameaçado de morte.
Ao final da reunião, a presidente determinou o envio de homens da Força Nacional de Segurança ao Pará. Os homens chegaram ao estado no último dia 07/06 e devem permanecer no local por tempo indeterminado, segundo as autoridades brasileiras
A lista de pessoas ameaçadas, segundo a CPT, contabiliza mil nomes. O documento já foi entregue às autoridades brasileiras e também estrangeiras. De acordo com a Pastoral da Terra, desde 1996 foram 212 assassinatos em conflitos por terras no Pará.
No final de maio, uma série de assassinatos puseram em evidência a violência no campo na Amazônia. Em 24 de maio, o casal de ambientalistas e líderes do projeto Agroextrativista Praialta-Piranheira, José Claudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, foram mortos em uma emboscada no município paraense de Nova Ipixuna. Posteriormente, outro assentado, o agricultor Herenilton Pereira dos Santos, que seria uma das testemunhas do assassinado do casal, também foi morto. Já em Rondônia, em 27 de maio, o líder camponês Adelino Ramos, o Dinho, foi morto a tiros em Vista Alegre do Abunã, região de Porto Velho.
Façam alguma coisa!!!!!!!!

FHC e as Drogas: Atitude de Estadista - Élio Gaspari

Dizem que um governante simples pensa na próxima eleição. Mas um estadista pensa na próxima geração. É por isso que a decisão de Fernando Henrique Cardoso de se expor em um polêmico documentário, que defende uma nova visão sobre as drogas, é uma atitude de estadista.

Vi que o PSDB estava temeroso com os efeitos das posições de Fernando Henrique Cardoso em relação às drogas, enfatizada no documentário. Isso porque o partido, como se sabe, está ligado à próxima eleição, o que é compreensível.
Existe uma aposta (correta, no meu modo de ver) de que no futuro vai vencer a visão de que drogas é um problema de saúde pública, e que a repressão tem sido, em muitos casos, mais um problema do que uma solução. É preciso ter coragem, sendo um político, para dizer isso agora.
Qualquer nação precisa de políticos que não se guiem apenas pelas pesquisas de opinião. Mas digam o que não queremos ouvir. Alguns pagam um preço muito caro no presente, mas só são reconhecidos no futuro.
A descriminalização da posse de maconha para o consumo pessoal pode ser uma das saídas para reduzir o dano que as drogas trazem à sociedade. É o que defende o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. A sugestão foi dada, ontem, na abertura da 3ª Reunião da Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia, no Rio de Janeiro.
A proposta está na declaração apresentada pela comissão e será levada para a próxima reunião da Organização das Nações Unidas, que será realizada em março, em Viena, na Áustria, com o objetivo de avaliar as políticas de drogas em todo o mundo.

Sugestões:

Além da descriminalização da maconha, a comissão tem várias propostas. Veja quais são as principais:

Diretrizes:

- Tratar o consumo de drogas como uma questão de saúde pública.

- Reduzir o consumo por meio de ações de informação e prevenção.

- Focar a repressão sobre o crime organizado.

Iniciativas:

- Transformar os compradores de drogas no mercado ilegal em pacientes do sistema de saúde.

- Avaliar, com um enfoque de saúde pública e fazendo uso da ciência médica mais avançada, a conveniência de descriminalizar a posse da maconha para consumo pessoal.

- Reduzir o consumo por meio de campanhas inovadoras de informação e prevenção que possam ser compreendidas e aceitas pela juventude.

- Focar as estratégias repressivas na luta implacável contra o crime organizado.

- Reorientar estratégias de repressão a cultivo de drogas ilícitas.

Quem são: A Comissão Latino-Americana sobre Drogas e Democracia é composta por 17 personalidades:
César Gaviria (Colômbia); Ernesto Zedillo (México); Fernando Henrique Cardoso (Brasil); Ana María Romero de Campero (Bolívia); Antanas Mockus (Colômbia); Diego García Sayán (Peru); Enrique Krauze (México); Enrique Santos Calderón (Colômbia); General Alberto Cardoso (Brasil); João Roberto Marinho (Brasil); Mario Vargas Llosa (Peru); Moisés Naím (Venezuela); Patrícia Marcela Llerena (Argentina); Paulo Coelho (Brasil); Sergio Ramirez (Nicarágua); Sonia Picado (Costa Rica); Tomás Eloy Martínez (Argentina);
De acordo com o relatório intitulado “Drogas e Democracia: rumo a uma mudança de paradigma”, apresentado ontem pela comissão, as políticas repressivas de combate às drogas na América Latina fracassaram. “É preciso falar com todas as letras: a guerra às drogas é fracassada”, afirma o membro da comissão e diretor executivo da organização não governamental Viva Rio, Rubem César Fernandes. Segundo Fernandes, na última década o Brasil deixou de ser um país apenas de trânsito para se transformar em um consumidor. De acordo com ele, ainda, a produção e o preço das drogas não diminuíram ao mesmo tempo em que aumentou a variedade delas. “O mercado de consumo funciona à revelia da repressão. Os lucros são tão altos que os traficantes conseguem absorver qualquer tipo de perda com apreensão”, afirma.
O grupo formado por 17 personalidades e liderado por Fernando Henrique Cardoso e pelos ex-presidentes César Gaviria (Colômbia) e Ernesto Zedillo (México) sugere ainda que a saída está em enfocar o consumo de drogas como um tema de saúde pública e em trabalhar na redução do uso. De acordo com o estudo, isso ajudaria a diminuir a produção e a desmantelar redes de traficantes.
Neste caminho, a nova lei anti-drogas (11.343/2006), que abrandou a punição para os usuários de drogas no Brasil, é apontada por Fernandes como um avanço. Segundo ele, entretanto, é necessário mais. “É um bom começo, mas tem de avançar mais”, diz.
A posição da comissão, contudo, é criticada pelo diretor de inteligência da secretaria municipal antidrogas de Curitiba, Hamilton Klein. Segundo Klein, a nova lei anti-drogas foi um passo para trás. “Só conseguimos combater as drogas com base em um tripé: repressão, prevenção e recuperação”, explica. De acordo com ele, o problema é que os governos trabalham, normalmente, apenas em uma frente: a repressão.
“Fica tudo na conta da repressão. Os trabalhos de prevenção e recuperação estão começando agora”, afirma. Klein lembra, ainda, que países que tiveram ações de liberação de drogas voltaram atrás. “Na Holanda, esse é um problema de saúde pública, eles se arrependeram e estão tendo que voltar atrás”, diz.



























Vai Sair a Carta de Alforria das Domésticas - Uma Nova Lei Áurea está a Caminho

As trabalhadoras domésticas de todo o mundo receberão finalmente sua carta de alforria, quando passarão a ter o mesmo direito dos demais trabalhadores de todo o mundo. A carta de alforria era um documento que os senhores repassavam aos seus escravos, como forma de comprovar o fim do cativeiro. É bom lembrar que essas cartas geralmente eram concedidas aos escravos idosos, que já não podiam mais trabalhar, gerando custos para o escravista. Em alguns casos, após uma vida penosa de trabalho e poupança, a velha cativa podia enfim comprar sua liberdade, subtraída de maneira infame pelo tráfico negreiro colonial.
Após 50 anos de discussão, no dia 13 de junho, a Organização Internacional do Trabalho – OIT encerrou as tratativas que viabilizarão uma convenção internacional que garantirá os direitos trabalhistas das trabalhadoras domésticas. A medida obrigará o governo brasileiro a reformar a Constituição para garantir a mudança no status das domésticas. Nesses casos, a deliberação das Nações Unidas toma força de lei em todos os seus países-membros, como é o caso do Brasil. Existe uma intensa mobilização internacional para a aprovação do tratado.
Segundo o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, a votação não trará mais surpresas, afirmando que a mudança constitucional vai ocorrer. No Brasil, não há necessidade de reconhecer o FGTS no caso das domésticas. O Fundo de Garantia é apenas um "benefício opcional" que o empregador pode ou não conceder. Mas ao se equiparar o estatuto dessa classe, será obrigatório. Carlos Lupi também garantiu aos sindicatos brasileiros que haverá projeto de lei nesse sentido e que o governo quer ser um dos primeiros a ratificar a convenção. A principal mudança terá de ocorrer no artigo 7 da Constituição, que fala dos direitos dos trabalhadores. "Já estamos em negociação com o governo para permitir que a mudança na Constituição seja apresentada ao Congresso", disse Rosane Silva, secretária da Mulher Trabalhadora da CUT. Segundo ela, foram os países europeus que mais resistiram ao acordo. "Os europeus querem os direitos máximos para seus trabalhadores e os mínimos para os imigrantes", acusou Rosane, que participou das negociações. O Ministério do Trabalho disponibiliza dados indicando que 15% das trabalhadoras domésticas do mundo estão no Brasil. Existem no País cerca de 7,2 milhões de trabalhadoras nessa classe. Apenas 10% têm carteira assinada. Desde 2008, o número de domésticas aumentou em quase 600 mil. O ministro admitiu a explosão de crescimento que o setor sofre no Brasil.
Finalmente as nossas exploradas domésticas receberão alguma reparação por parte do estado brasileiro, mesmo que forçado pela ONU, pois, é inadmissível que esse regime de trabalho, muitas vezes similar à escravidão, ainda vigesse no Brasil em pleno século XXI. Vale a pena lembrar que não somente as negras africanas sofreram os piores tratos. Não podemos esquecer das imigrantes italianas, japonesas e alemãs, que no pós-abolição sofreram (em escala infinitamente menor) aqui imensos sofrimentos.
Segundo o governo brasileiro, a jornada média de trabalho de uma doméstica é de 58 horas semanais de trabalho. Sem levar em consideração que muitas são obrigadas a dormir no emprego inclusive durante os finais de semana para que os patrões possam se divertir. Cuidam de crianças e ainda sofrem humilhações, abuso sexual e coisas desse tipo.
Ainda de acordo com o Ministério do Trabalho, o salário médio de uma empregada doméstica é inferior ao salário mínimo. Os cálculos apontam que não passaria de R$ 400 por mês. "As trabalhadoras domésticas fazem parte de uma das categorias profissionais historicamente mais negligenciadas do mundo do trabalho", disse o ministro Carlos Lupi. Segundo o IPEA, um terço dos domicílios chefiados por trabalhadoras domésticas são domicílios pobres ou extremamente pobres. No mundo, as trabalhadoras domésticas somam mais de 52 milhões de mulheres, mas a convenção está prestes a ser votada 50 anos depois do primeiro pedido feito à OIT. Se no Brasil o tema é um dos mais delicados, no resto do mundo também é explosivo. Por trabalharem em casas, muitas dessas empregadas são invisíveis. "Pela primeira vez essas trabalhadoras estão sendo trazidas para a luz do dia", afirmou William Gois, representante da Migrant Forum in Asia, entidade que se ocupa da situação de milhares de filipinas que trabalham na Europa, Estados Unidos e Japão. "Em muitos lugares, empregadores confiscam os passaportes de suas domésticas para impedir que deixem o trabalho", disse. "Quando pedem aumento, são ameaçadas de expulsão", explicou. A filipina Marissa Begonia disse que foi alvo de um tratamento abusivo quando trabalhava em Hong Kong como doméstica. "Depois de 17 anos trabalhando nessa situação, hoje posso comemorar", afirmou.
Voltando para a ‘terra brasillis’, certamente os setores mais conservadores da sociedade oferecerão resistência à mudança constitucional. Alegarão que a medida trará desemprego e outras balelas afins. Acho difícil haver demissões, pois, não acredito que ‘madame’ utilizará suas mãos perfumadas e delicadas para lavar as latrinas de sua penthouse. Nem morta!!!!



quinta-feira, 9 de junho de 2011

Human rights and religious freedom at Copacabana beach‏

Iran's Bahá'í 7 former leaders are among those remembered at event hosted
at one of the most famous beaches in Brazil

If you plan to be in Rio de Janeiro – Brazil on 19 June 2011, mark your calendar: a mobilization being prepared by the Brazilian Bahá'í Community together with CCIR (Rio's Commission for Combating Religious Intolerance) is expected to gather more than a thousand people at Copacabana beach to protest against religious intolerance and human rights violations.
“Brazil has been worldly known for the friendliness and amability of its people”, says Bahá'í representative Mary Caetana Aune, “but our society has learnt from experience that the consequences of ignoring racial and religious intolerance are incalculable.”
“Racism and religious intolerance are among the issues that have gained much space in the agenda of Brazilian society in the last few decades. The myths around what some used to call a 'racial democracy' have long been dismantled and Brazilians are learning to take a stand to defend the right to difference, to diversity and to justice for all, regardless of their skin colour, their social-economic background, their gender identity or their religion”, Aune states.
The event at Copacabana beach will take place at the seashore on a sunny Sunday morning – according to the weather forecast, the temperature should be around 22ºC (72ºF). The organizers say there will be lots of music: the program includes a rock band from Brasilia, a percussion group from Rio and other local performers. Human rights organizations will share their turns in calls for justice and freedom in Brazil and in the world.
Sending a message of faith, love and justice to Iran
The event was first planned to voice the concerns of Brazil's 65,000 Bahá'ís over the imprisonment of seven of their correligioners in Iran in March and May 2008. Mahvash Sabet, Fariba Kamalabadi, Jamaloddin Khanjani, Afif Naeimi, Saeid Rezaie, Behrouz Tavakkoli and Vahid Tizfahm were members of the national group who served in the administration of the Iranian Bahá'í community, and for this they have been convicted to 20 years in prison.
“On 19 June this year, they will have spent together the equivalent of 7.747 days in prison”, recalls Aune. “We have printed the same number of masks with their faces to be put on the sands of Copacabana, and we plan to have a beautiful celebration of life, of justice, of diversity and of freedom in order to send them all the love and the strength they need to survive the deprivations they are being subjected to in prison”.
Because the Bahá'ís of Brazil are known for their engagement in several issues related to the defense of human rights, they have gained the support of several different movements around the country. More than 300 Bahá'ís from neighboring states are planning to arrive on Sunday early morning in Copacabana, in more than 6 interstate buses. The Black movement in Rio, interreligious movement, and other pro human rights groups are amongst those that will mobilize their associates to be present at the event.



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quarta-feira, 8 de junho de 2011

Nova Série - Brasileiros que nos Orgulham

Florestan Fernandes é considerado o criador
 da sociologia crítica no Brasil. Possui mais de 50 obras publicadas
Florestan Fernandes enfrentou, ainda criança, enormes dificuldades para estudar. Filho de mãe solteira, não conheceu o pai. Começou a trabalhar, como auxiliar numa barbearia, aos seis anos. Também foi engraxate. Estudou até o terceiro ano do primeiro grau. Só mais tarde, voltaria a estudar, fazendo curso de madureza, estimulado por frequentadores do bar Bidu, no centro de São Paulo, onde trabalhava como garçom. Em 1941, ingressou na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, formando-se em ciências sociais. Iniciou sua carreira docente em 1945, como assistente do professor Fernando de Azevedo, na cadeira de Sociologia II. Na Escola Livre de Sociologia e Política, obteve o título de mestre com a dissertação "A organização social dos Tupinambás". Em 1951, defendeu, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, a tese de doutoramento "A função social da guerra na sociedade tupinambá", posteriormente consagrado como clássico da etnologia brasileira, que explora com maestria o método funcionalista.

Seus ensaios mais importantes acerca da fundamentação da sociologia como ciência foram, posteriormente, reunidos no livro "Fundamentos empíricos da explicação sociológica". Seu comprometimento intelectual com o desenvolvimento da ciência no Brasil, entendido como requisito básico para a inserção do país na civilização moderna, científica e tecnológica, situa sua atuação na Campanha de Defesa da Escola Pública, em prol do ensino público, laico e gratuito enquanto direito fundamental do cidadão do mundo moderno. Durante o período, foi assistente catedrático, livre docente e professor titular na cadeira de Sociologia, substituindo o sociólogo e professor francês Roger Bastide em caráter interino até 1964, ano em que se efetivou na cátedra, com a tese "A integração do negro na sociedade de classes". Aposentado compulsoriamente pela ditadura militar em 1969, foi Visiting Scholar na Universidade de Columbia, professor titular na Universidade de Toronto e Visiting Professor na Universidade de Yale e, a partir de 1978, professor na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Em 1986 foi eleito deputado constituinte pelo Partido dos Trabalhadores, partido que ajudou a fundar, tendo atuação destacada em discussões nos debates sobre a educação pública e gratuita. Em 1990, foi reeleito para a Câmara dos Deputados.

O nome de Florestan Fernandes está obrigatoriamente associado à pesquisa sociológica no Brasil e na América Latina. Sociólogo e professor universitário, com mais de cinquenta obras publicadas, ele transformou o pensamento social no país e estabeleceu um novo estilo de investigação sociológica, marcado pelo rigor analítico e crítico, e um novo padrão de atuação intelectual.

O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso, que foi orientado em seus trabalhos acadêmicos por Florestan, estabeleceu com ele forte relação afetiva, mantida até a morte do sociólogo.Florestan, com graves problemas no fígado, em 1995, submeteu-se a um transplante de fígado mal sucedido na Hospital das Clínicas de São Paulo, realizado pelo professor Silvano Raia. Morreu logo após a cirurgia.

Depoimento de Jean Pierre Leroy, ambientalista e educador da FASE, sobre a luta do MST

"Eu apoio o MST porque ele tem um projeto para o território brasileiro, que será muito importante para nosso futuro. A agricultura como existe hoje tem a tendência a limpar a paisagem. Não tem mais nascentes, frutas, beira de rio, florestas... as plantações são homogêneas. E cadê a água para o futuro?
O MST tem um projeto de construção de um território que respeita a natureza, que inclui uma diversidade de alimentos, diversidade de plantas e matas. Isso vai ser indispensável para o nosso futuro com as mudanças climáticas que nos esperam.
Quem viaja pelo país, vê um país deserto. Se fala em desertificação, mas é um deserto de gente também, que se concentra na cidade. Você não encontra mais distritos, pequenos povoados com a sua vida no interior...
O MST faz com que o interior do Brasil volte a ser humano, tenha gente, gente que come bem, gente que é feliz. É muito importante também pensar que, além das metrópoles, das grandes cidade e das concentrações urbanas, que o Brasil deve ser ocupado e ter gente. O MST reequilibra o território brasileiro, faz com que o interior tenha vida. Isso é fundamental.
Apoio o MST também porque ele nos diz que o futuro não pode ser o que estamos vivendo. Ele nos diz que o futuro tem que ser um futuro onde todo mundo tenha seu lugar, onde tenha mais igualdade. É uma luta permanente pela igualdade. O MST não se preocupa só com eles não, com os sem-terra, mas com todos os pobres deste país, com todos os excluídos.
Apoio também, olha o exemplo, o Haiti... o Haiti é uma catástrofe. Mas vocês estão pensando para além da catástrofe, na reconstrução do interior do Haiti. No Haiti voltar a produzir alimentos para a sua gente, no Haiti voltar a ter um território, que foi devastado pela natureza, mas onde possam viver de novo. Apoio também o MST por sua ação internacional nesse sentido.

Irmã Dorothy Stang 1931 - 2005
Mártir da Luta pela Terra

Gleisi Hoffmann - A Dilma da Dilma

Parece que o governo Dilma agora começou de verdade. O povo estava meio desconfiado de sua real capacidade de gestão, quando do desembarque triunfalista de Lula em Brasília, tentando salvar a pele de Antonio Palocci. Dilma matou dois coelhos com uma só cajadada: se descolou da imagem de avatar de Lula e nomeou uma pessoa escolhida unicamente por ela para chefiar a Casa Civil.
Com a escolha da senadora Gleisi Hoffmann do PT do Paraná, Dilma consegue ao mesmo tempo, emplacar uma supergerente de seus principais programas, “Combate à Miséria” “Bolsa Família”, Reestruturação Aeroportuária e o “ Programa de Aceleração do Crescimento - PAC” e de retirar do órgão, ao despolitizá-lo, a pecha de ‘fábrica de crises’. Segundo Gleisi Hoffmann, a presidente exigiu que a Casa Civil apenas acompanhe os processos e projetos. Será uma ação de gestão, exclusivamente.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Dicas para Viver em Singapura

Do Blog da Scarlet de Singapura

Cingapura é primeiro-mundo. Você vai notar isso logo nos primeiros minutos que chegar aqui. As ruas são limpas, muitas áreas arborizadas, não tem menino de rua, 'não tem' pobreza. Cingapura é um oásis no meio da miséria do Sudeste Asiático.
Muita gente pensa que Cingapura é uma cidade da China. Não é. É na verdade uma Ilha. Fica embaixo da Malásia. Onde é a Malásia? Embaixo da Tailândia. Onde é a Tailândia? Na Ásia. Onde é a Ásia? é aquele lado do mapa que quase nunca olhamos exceto quando procuramos Austrália, China ou Japão. Pronto. Achou?
Existe cerca de 400 Brasileiros em Cingapura, a grande maioria da Petrobrás ou fazendo MBA no INSEAD (talvez a melhor instituição de MBA do mundo). A primeira dica que dou é cadastrar-se na embaixada Brasileira aqui, lá você entra numa lista de email que circula sempre com dicas e atividades da comunidade Brasileira em Cingapura.
Como estrangeiro, o melhor lugar para morar é em condomínios (os chamados 'Condos'). Apesar do sistema público de habitação aqui ser excelente, os HDBs, a maioria dos estrangeiros prefere optar morar nos condomínios. Por várias razões: as principais delas são, contato com outros estrangeiros (aqui somos referidos como 'Ang Mo' pelos chineses), os ‘condos’ tem em geral piscina e academia, e uma razão interessante: dar um tempo dos chineses e cingapureanos.
Existem dois tipos de vistos de trabalho aqui: Employment Pass (EP) e o S-Pass. Se você ganha a partir de 2.500 dólares mensais você tem direito ao EP. A maioria dos empregadores vai tentar te dar o S-Pass, se você puder não aceite, peça um para ter um EP. Basicamente a diferença é que com o S-Pass, o seu marido ou esposa sendo dependente não pode trabalhar. Com o EP, o seu dependente pode. Se te derem um S-Pass, tente depois de um tempo fazer um upgrade para EP. Se você vem por uma empresa multinacional que tem escritório aqui, então obrigatoriamente seu visto será EP, sem problemas.
Vá a qualquer shopping center e procure uma loja da StarHub ou M1 (as operadoras daqui). Basta apresentar o passaporte e você em poucos minutos já tem celular. Em casa, como expliquei antes, você vai assinar tv a cabo. Fazendo isso você ganhará uma linha de telefone que faz ligação gratuita. Isso mesmo. Não precisa se preocupar com conta telefônica, exceto se ligar para o exterior, aí é cobrado. As maravilhas do VoIP.
Uma família típica em Cingapura é: casal com 1 filho, estudando em colégio público e morando em HDB. Essa família fatura por mês 3800 dólares. 1000 dólares a esposa, 2800 dólares o marido. Com esse valor é possível viver bem o mês, pagar o colégio do menino e ainda sobrar quase 1000 dólares para diversão etc. Obviamente isso muda de família para família, mas a média é essa. Tem gente que tem uma Mercedes, Bentley ou BMW e mora em HDB. Bem comum isso. Outra coisa, não associar o HDB com o Brasileiro BNH. Um HDB simples aqui é BEM melhor que muito apartamento no Brasil. Inclusive particular.
A Ásia está em expansão, em várias áreas e precisam de gente qualificada para suportar esse crescimento, principalmente nas áreas de comércio exterior, bancária e software. Você vindo morar aqui é provável que vá ganhar bem. Diria até que a sua estadia em Cingapura vai ser a época em que você vai juntar um bom pé de meia. Uma vez quando fui à praia deixei meu laptop no banquinho e saímos para comprar comida, depois de pegar fila e voltar o laptop ainda estava lá. Não precisa preocupar-se com segurança em Cingapura, aqui vivemos numa bolha de proteção.
Táxis, Onibus e Metrô (chamado aqui de MRT). São ótimos, eficientes, baratos e confortáveis. Pouca gente aqui tem carro, mas lembre-se que existem 50 mil milionários aqui e como aqui é pequeno sempre tem congestionamento. Por isso inclusive eu mesmo prefiro MRT à outro transporte. Você não precisará de carro, a não ser que realmente queira.
O modelo de curriculum na Ásia é BEM diferente do que estamos acostumados no Ocidente. Lembrem-se, aqui são outros valores, apreciam outros atributos, e às vezes soam até um pouco racistas...mas tudo é cultural (??). Eis as dicas de como preparar seu currículum :
(As dicas a seguir são para empresas Asiáticas, se você pensa em trabalhar numa Microsoft Ásia, ou no Google em Shanghai, então as regras são diferentes; Obviamente essas são empresas Ocidentais com escritórios aqui, então as regras são da matriz).
Enquanto que um bom CV no Ocidente é aquele que resume tudo em 1 ou 2 páginas, por aqui um bom currículum deve ter entre 7 e 10 páginas. Devem constar logo de início seus dados pessoais. Eles são: Nome completo, telefone, endereço, email; e mais uns items que são interessantes para nós: sexo, idade, estado civil, raça e foto. Falo isso porque aqui são bastante conservadores, então é clara a preferência para Homem, jovem, solteiro, caucasiano e com boa aparência, literalmente. Isso soa extremamente discriminatório para nós que viemos e crescemos numa sociedade de 'valores iguais para todos', bom aqui o jogo é deles então temos que jogar pelas regras deles. Em muitos países, por exemplo, você poderia entrar com um processo contra a empresa por anunciar ou exigir isso num curriculum. Você não ser contratado por ser mulher, ou por ser negro, ou por ser mais velho é bem estranho. Aliás, inclusive é permitido a empresas anunciar coisas do tipo: Não contratamos Indianos. Que tal isso para discriminação? Pois bem, acontece. Inclusive em anúncios de aluguel de casa, colocam 'Indian non-elegible' (Indiano não serão considerados).
Após isso, inclua seu histórico escolar E universitário. Parece que não, mas isso é extremamente considerado por eles. Principalmente a faculdade que você cursou. Um ponto a menos para nós Brasileiros - poucas faculdades são reconhecidas pela região aqui, talvez USP, UFRJ e as PUCs. Fora isso, internacionalmente pela região aqui, a UFRS e UECE são tidas no mesmo nível. Inclua no seu CV todos os trabalhos, os projetos em cada trabalho e sua participação neles. No final do CV, fale sobre pontos fortes seus, ambições e sonhos para daqui a 1 ano. DICA: Não fale muito do seu espírito inovador ou de ter idéias revolucionárias. Aqui são bem conservadores, quanto menos 'capitão' e mais 'soldado' você for, melhor. Venda a idéia que você é um bom empregado.

O Quarto de Arles - Van Gogh

O Quarto de Arles é um óleo em tela datado de 1889, por Van Gogh. É interessante que reparemos nos detalhes do quarto que o pintor alugava quando viveu em Arles, França.
Primeiramente podemos apontar que há muitas coisas aos pares: duas cadeiras, duas jarras de água, dois travesseiros, etc. Isso devido a espera de Van Gogh por seu acreditável amante, o também pintor Gauguin (lê-se Gogân). Perceba que na parede da cama, temos dois quadros. Um é o auto-retrato de Van Gogh, e o outro, possivelmente Gauguin. Van Gogh fez três versões deste quadro, para seu irmão inclusive.
Veja que na parede do fundo, temos perto da mesinha uma falha da parede. Por isso, podemos perceber traços, talvez, de loucura na tela. Note também que as duas portas estão entreabertas, e o comprimento da cama passa o da porta, e a cadeira à esquerda está ocupando o lugar da porta em seu apoio e longe da porta perto dos pés.

Fome no Mundo

- Há 800 milhões de pessoas desnutridas no mundo;

- 11 mil crianças morrem de fome a cada dia;

- Um terço das crianças dos países em desenvolvimento apresentam atraso no crescimento físico e intelectual;

- 1,3 bilhão de pessoas no mundo não dispõe de água;

 - 40% das mulheres dos países em desenvolvimento são
anêmicas e encontram-se abaixo do peso;

 - Uma pessoa a cada sete padece fome no mundo.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

sexta-feira, 3 de junho de 2011

INCRÍVEL!!!!!!! A SENADORA KÁTIA ABREU DO TOCANTINS INAUGUROU A MORTE "POR OPORTUNISMO" NO BRASIL...SÓ FALTAVA ISSO PARA O CIRCO FICAR COMPLETO!!!!

“Não quero flores no meu enterro,
pois sei que vão arrancá-las da floresta”.

(Chico Mendes)

O trabalhador rural Marcos Gomes da Silva, 33 anos, foi morto a tiros numa emboscada em Eldorado do Carajás, mesma cidade onde ocorreu, em 1996, o massacre de 19 sem-terra. O agricultor levou um tiro no abdômen no acampamento Nova Sapucaia, onde morava com a família. Mais tarde, enquanto recebia socorro, Marcos foi atacado novamente por seus algozes, tendo sido degolado e a orelha arrancada.
Eldorado dos Carajás fica no sudeste do Pará, na mesma região de Nova Ipixuna, onde o casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo foi morto em 24 de maio. Zé Castanha, como Marcos Silva, também teve sua orelha arrancada. Nas últimas semanas, quatro ativistas que atuam na Amazônia foram mortos e o governo reconheceu não ter instrumentos e condições para garantir a segurança de todos os líderes que correm riscos.
Em qual Brasil vivemos? O Brasil que vai construir o trem bala ou o Brasil que assassina os ecologistas que defendem a preservação da floresta amazônica. A situação se parece com o romance gótico da escritora londrina Mary Shelley, que narra a saga de Victor Frankenstein, um jovem aristocrata suíço, apaixonado pela alquimia e ciências naturais da época. Infatigável, busca o milagre da criação. Victor consegue construir uma criatura humana grotesca, que comete os crimes mais terríveis, levado pela amargura da rejeição humana.
O Brasil tem alguns contornos da criatura imaginada por Mary Shelley. Formado por grotescas e sóbrias assimetrias, que trafegam de um lado entre a escravidão de indígenas e africanos, analfabetismo, falta de saneamento básico, saúde pública caótica, homofobia, alcoolismo, narcotráfico, machismo e de outro lado por uma elite aristocrática somente comparada financeiramente aos marajás indianos e à dinastia dos Romanov da casa imperial russa. O Brasil possui a segunda maior frota de jatos executivos e a maior frota de helicópteros do mundo.
O assassinato de trabalhadores rurais e militantes ambientais em pleno século XXI é um ato hediondo que viola todas as premissas dos direitos humanos. Uma nação democrática não pode permitir através de seus poderes constituídos, que uma minoria com idéias medievais e colonialistas, impeça a instauração e a consolidação da cidadania e da justiça social em nossa nação. É inadmissível que a senadora Kátia Abreu (presidente da Confederação Nacional da Agricultura - CNA), eleita pelo voto direto do povo, se volte contra ele de maneira arrogante e enfática, como uma Maria Antonieta dos trópicos.
A Comissão Pastoral da Terra - CPT aponta que no estado do Pará, desde 1996, foram cometidos mais de 200 assassinatos de lideranças rurais ocasionadas por conflito de terras. Que vergonha!!!!


quinta-feira, 2 de junho de 2011

Um par de chinelos feito de hashi (típicos palitinhos utilizados na culinária japonesa) e materiais facilmente encontrados em casa ganhou destaque na Feira Internacional de Móveis Contemporâneos (ICFF, na sigla em inglês), famosa exposição de design realizada nesta semana, em Nova York, EUA. Segundo o estudante, a ideia veio depois de um almoço com um colega de faculdade em um restaurante japonês. Ele reparou que seu amigo utilizava chinelos para ir para a aula. Ao ver hashis descartados no lixo do restaurante, fez a associação entre o que observava e resolveu criar um chinelo com o material reciclado.
O chop-flops, como é chamado o chinelo ecologicamente correto, foi criado pelo estudante de desenho industrial Joseph Palmer. Em seu invento, ele reciclou hashis, tiras de couro de uma bolsa velha, cortiça e fio-dental.
A matéria-prima básica dos chop-flops são hashis que Palmer resgata de restaurantes de comida japonesa. Para fazer a sola do chinelo, ele utilizou a cortiça de um quadro de avisos que estava acumulando poeira em seu quarto. Na produção das sandálias, o artesão amarra os palitos com fio-dental, fazendo a forma da palmilha. A técnica utilizada é semelhante à empregada em cortinas de bambu e persianas. Para fazer as alças, Palmer usa tiras de couro de uma bolsa velha.