"Quando dou comida aos pobres, me chamam de santo. Quando pergunto por que eles são pobres, chamam-me de comunista."
(Dom Hélder Câmara Fundador da CNBB)
A CNBB que tenho visto envolvida na partidarização das eleições no Brasil não é a CNBB que conheço e que por certo período de tempo me abrigou generosamente como coordenador de um projeto de inclusão produtiva na Cáritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro. Trabalhando nesta instituição, aprendemos como é grande o amor de Cristo por nós e quanto foi emblemática Sua santa decisão de entregar a própria vida para nos salvar.
Aprendi na CNBB que a única opção de todos os cristãos e os não cristãos de boa vontade é a opção pelos mais vulneráveis, pelos mais pobres, pelos mais necessitados. É ali que está o manto de Jesus Cristo, é ali que sentimos o chamamento de Sua palavra, é ali que conseguimos compreender a comunhão a consagração e a ressurreição.
A CNBB que conheço e aprendi a amar e respeitar é aquela que com a Cáritas, com as pastorais sociais, com as comunidades eclesiais de base, com os textos e encontros religiosos, sempre buscou levar conforto e soluções humanas para os mais desvalidos da sociedade, para aqueles que têm como cotidiano o infortúnio, a fome, a falta de abrigo e o desamor dos insensíveis.
A CNBB a qual orgulhosamente servi e que admiro e aplaudo é composta por uma legião incontável de amorosos e vigorosos servos de Cristo, que nunca repousam em suas infatigáveis missões religiosas e sociais, sempre voltadas para a elevação e para a promoção humana.
A CNBB da qual todos nós brasileiros nos orgulhamos é aquela que combateu duramente a ditadura militar brasileira, que como em apostolado contribuiu para a criação de diversos movimentos sociais, apoiando incondicionalmente a Economia Solidária, o Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis, o movimento dos pescadores artesanais, os Sem Teto, o Povo da Rua, as Mulheres Marginalizadas. A minha CNBB é a que leva uma palavra de alívio às pessoas encarceradas, protege e cuida de meninas e meninos de rua, entre tantas outras ações com uma nobreza sem par.
É com essa CNBB que vou dormir todas as noites e é com ela que desperto todos as manhãs, procurando de alguma maneira servir aos mais necessitados, empregando o conhecimento que adquiri para os que mais precisam. A população brasileira não deve se confundir com pessoas que tentam utilizar o nome de tão nobre instituição para fins pouco confessáveis.
Sou admirador da CNBB que D. Helder Câmara criou, cunhando o que hoje se classifica como inclusão social. Sou admirador de Frei Tito, D. Luciano Mendes de Almeida, Frei Betto, Leonardo Boff, Padre Josimo, Irmã Dorothy, Padre Ricardo Resende, Dom Thomaz Balduíno, Dom Mauro Morelli, Dom Pedro Casaldáliga e D. Paulo Evaristo Arns entre outras almas santas, que dedicam e dedicaram suas vidas à promoção dos pobres e dos excluídos, assim como fez Jesus Cristo.
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